Apesar da fama de discrição atribuída aos mineiros, a história do carnaval em Belo Horizonte revela o contrário. Antes mesmo da inauguração oficial da capital, em janeiro de 1897, os trabalhadores que construíam a cidade já realizavam festejos espontâneos. Eles desfilavam em carros e carroças, saindo da Praça da Liberdade em direção à Avenida Afonso Pena. Com os rostos pintados, jogavam serpentinas e batiam tambores, dando origem à tradição do "corso", embrião dos futuros blocos de rua da cidade.

Blocos Caricatos

Com o passar dos anos, o "corso" foi se transformando até dar origem a um novo movimento. Em 1947, nascia no bairro Lagoinha o "Leão da Lagoinha", considerado o primeiro Bloco Caricato de BH. O grupo foi um divisor de águas no Carnaval da capital, influenciando gerações de foliões. Tanto que, em 1975, parte de seus integrantes deixou o bloco para fundar a icônica "Banda Mole", que até hoje reúne milhares de pessoas no ­pré-Carnaval da cidade.

Escolas de Samba

A história das escolas de samba na cidade remonta à década de 1930, quando moradores da Pedreira Prado Lopes organizaram o primeiro desfile da Agremiação Pedreira Unida. No entanto, foi apenas em 1980 que teve início a competição oficial promovida pela Prefeitura. Durante os anos 1990, porém, a ausência dos desfiles criou um hiato na história carnavalesca da cidade. Hoje, mais forte do que nunca, o carnaval belo-horizontino conta com oito escolas no Grupo Especial e cinco no Grupo de Acesso, mantendo viva a tradição e a paixão pelo samba.

Corte Momesca

Durante o Carnaval, a Corte Momesca assume o comando da festa e da cidade. Todos os anos, um rei, uma rainha e uma princesa são eleitos em um concurso promovido pela Belotur. Os vencedores recebem das mãos do prefeito a chave simbólica de BH.

O futuro da festa

O Carnaval de Belo Horizonte tem passado por uma grande transformação, deixando de ser um evento discreto para se tornar um dos maiores do Brasil. O crescimento traz desafios e oportunidades para a cidade. Para a presidente da Belotur, Bárbara Menucci, a inclusão será a marca do futuro. "Em 2025, teremos uma programação extensa, plural e descentralizada. A PBH está comprometida em oferecer toda a infraestrutura necessária para garantir a qualidade da festa e minimizar os impactos de um evento dessa magnitude. Nosso objetivo é construir um Carnaval de forma coletiva, com diálogo e parcerias. Cada folião, artista e trabalhador envolvido é parte essencial dessa grande celebração", enfatizou.