• 03 DE SETEMBRO DE 2021

As consequências das mudanças climáticas

As consequências das mudanças climáticas

No início de agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão vinculado à ONU, divulgou um relatório sobre as alterações do clima no planeta e suas prováveis consequências. O panorama não é animador. O Jornal da Assemp conversou com o biólogo Thiago Metzker para entender melhor o que apontam as conclusões do IPCC e que soluções podemos vislumbrar. Thiago é mestre e doutor em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre pela UFMG e atua com restauração florestal e monitoramento a longo prazo da dinâmica florestal e da biodiversidade.

O relatório do IPCC aponta para um provável aquecimento global de 1,5°C entre 2030 e 2052, caso se consolide o ritmo atual de aquecimento. Você ainda enxerga possibilidade de reversão deste quadro?

O IPCC trabalha com vários cenários, vou citar os dois extremos: no primeiro deles a humanidade faria de tudo para minimizar as emissões de gases de efeito estufa e investir em energias renováveis. Ainda assim, no curto prazo (2021-2040), teremos um aquecimento de 1,5°C. Ou seja, precisaremos de investimentos na mitigação e nos processos de adaptação para enfrentarmos os efeitos já irreversíveis oriundos da mudança do clima. Já no cenário pessimista continuamos subindo os níveis de emissão de gases de efeito estufa e tornando o planeta uma verdadeira panela de pressão. No longo prazo (2081-2100), podemos ter um aumento da temperatura média de 4,4°C, o que significaria uma mudança completa do nosso modo de vida.

Diversos profissionais, ONGs e entidades atuam no combate aos graves problemas ambientais mundiais. Que ações destacaria aqui no Brasil?

Promovendo informações de alta qualidade podemos citar o IPAM e o Observatório do Clima, que participam efetivamente das reuniões internacionais e traduzem as informações para o público brasileiro. De instituições que trabalham na prática posso citar o Pacto para Restauração da Mata Atlântica. O Pacto é um movimento nacional que tem a missão de articular e integrar atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações com benefícios ambientais, sociais e econômicos. Estamos falando de plantio, de restauração florestal, de tirar o excesso de carbono da atmosfera.

Que papel o biólogo desempenha em todo esse contexto?

O biólogo tem um papel estratégico em toda mudança de posicionamento que precisamos articular e levar para a sociedade. Nós, biólogos, temos a capacidade de gerar conhecimento, propor ações de mitigação e de adaptação, exponenciar os serviços ambientais ecossistêmicos de forma sustentável, ações de educação ambiental, ciência aplicada, enfim, ações voltadas para melhoria da qualidade de vida.


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