Em janeiro deste ano teve início o segundo mandato do atual presidente da Assemp, Anselmo Horta Nassif, que vai até 2024. Sempre aberto ao diálogo, Anselmo acredita que a superação dos desafios nos últimos anos, especialmente no que envolve a pandemia, só foi possível pela dedicação dos gestores e colaboradores. “Com inteligência e amor à causa, realmente vestiram a camisa”, afirma. Confira a entrevista em que o presidente fala desses pontos e de outros sobre o futuro da Assemp:
A verdade é que esse novo mandato é precedido por um período em que a Assemp funcionava em sua plenitude, pré-pandemia. Acho que éramos felizes e não sabíamos. Então o principal objetivo é recuperar tudo o que foi perdido, mas também mantermos os avanços desse último ano.
Sim, esse modelo veio para ficar. Queremos retomar as atividades presenciais, mas sem abrir mão do on-line. Foi uma experiência muito boa e eficaz para os associados que, por alguma dificuldade de locomoção ou por estarem na ativa, não conseguiam comparecer presencialmente às atividades. O atendimento on-line potencializa o nosso alcance e nossos planos são de incrementá-lo. Já contamos com um estúdio no Espaço Assemp/IDCT (12º andar) e estamos estudando a montagem de novos, que serão utilizados para a gravação e transmissão de aulas com toda a qualidade de som, luz, imagem e internet.
Claro que tudo isso foi um choque e expôs algumas dificuldades. Foram necessárias muitas reuniões e muito estudo de ferramentas e tecnologias para chegarmos a um denominador comum do que seria o ideal. A dedicação dos gestores e colaboradores foi fundamental para levarmos um alento ao nosso público, que estava em casa, sem poder sair. Pedi a colaboração especialmente dos setores de Psicologia e Serviço Social, para que pudessem, na medida do possível, atender os associados e buscar amenizar a situação de cada um. Evidentemente que foi e está sendo um momento difícil, mas considero o que já conseguimos realizar uma vitória.
O que aconteceu é que muitas pessoas ficaram em situação bem difícil, o que ocasionou uma certa inadimplência nas nossas contribuições mensais e nos planos de saúde. Mas é uma situação para a qual a Associação sempre esteve preparada. Dependemos, em parte, da transferência de recursos da PBH (dos descontos em folha das mensalidades), e sabemos que com a complicada situação financeira dos municípios, algum atraso no repasse pode ocorrer às vezes. Por isso sempre nos preocupamos em manter uma reserva, mas felizmente não foi preciso utilizá-la. Temos uma situação muito estável que nos permitiu manter todos os colaboradores com salários integrais ao longo de todo esse período.
Somos um país tido como a civilização do futuro, com um povo excelente e trabalhador. Contudo, o descaso, a intransigência e falta de espiritualidade de governantes nos levaram ao agravamento de um caminho de sofrimento. Com comprometimento, já poderíamos ter vacinado um número imenso de pessoas e diminuído as perdas, uma dor que não tem tamanho. Ainda que saibamos que não é o suficiente, tentamos levar aos associados um pouco de carinho e alento. Precisamos ter fé e consciência de que, apesar de a vida física não ser eterna, ela não acaba aqui. Não há mal que sempre dure e, apesar de a alma sair machucada, fará parte do nosso aprendizado.
É uma senhora que vive a melhor idade e que carrega 63 anos de glória, graças a todos que a criaram, se dedicaram e a mantiveram. Reverencio meus antecessores, que conseguiram engrandecer essa instituição que hoje tenho o privilégio de conduzir. E agradeço aos associados, que continuam acreditando na instituição, e aos colaboradores e parceiros, que formam uma equipe coesa e competente. Ninguém conseguiria dirigir uma instituição assim sem o apoio irrestrito de todos. A Assemp é um oásis para os carentes de amor e de fraternidade, um espaço de paz, de harmonia, de felicidade. Espero que os sucessores também tenham essa visão, para que a Associação ainda vá muito longe.